27.01.202311:07:00UTC+00Desaceleração do crescimento do crédito na zona do euro sugere impacto do aumento das taxas.

O crescimento da oferta monetária M3 da zona do euro diminuiu mais do que o esperado em dezembro e o crédito ao setor privado cresceu a um ritmo mais lento, disse o Banco Central Europeu na sexta-feira, sugerindo que os aumentos das taxas de juros estão começando a surtir efeito na economia real. Dados do BCE mostraram que a taxa de crescimento anual do crédito ao setor privado moderou para 4,2 por cento em outubro, de 4,4 por cento em setembro. Da mesma forma, os empréstimos ajustados ao setor privado aumentaram 4,2% contra 5,1% no mês anterior.?? Entre os setores devedores, a taxa de crescimento anual dos empréstimos ajustados às famílias caiu para 5,3% em dezembro, de 6,2% em novembro. A taxa de crescimento anual dos empréstimos ajustados a empresas não financeiras desacelerou acentuadamente para 6,3 por cento em dezembro, de 8,3 por cento no mês anterior. No que diz respeito à dinâmica do crédito, os empréstimos a residentes na área do euro aumentaram 3,8 por cento e os das administrações públicas aumentaram 2,8 por cento. "Quedas acentuadas nos empréstimos do setor privado em dezembro mostram que a aumentos nas taxas de juros estão começando a ter o efeito desejado", disse o economista do ING, Bert Colijn. No entanto, isso ocorre em um momento em que uma economia muito fraca da zona do euro corre o risco de entrar em recessão. Quão bem o bloco de moeda única engolirá uma taxa acentuadamente alta continua a ser visto. O ING espera um aumento de 50 pontos base na sessão de política do Banco Central Europeu da próxima semana. "Com os problemas do lado da oferta que causaram a diminuição da inflação, a questão é se os pombos se tornarão mais vocais nas próximas reuniões, quando começarmos a ver a transmissão monetária funcionando", disse Colijn. Após o movimento de dezembro para diminuir o ritmo de aumento das taxas de 75 pontos básicos para 50 pontos básicos, e a comunicação do BCE de que as taxas serão aumentadas de maneira constante, os mercados precificaram mais dois aumentos de meio ponto básico, um em fevereiro e outro em março antes que o banco faça uma pausa. O agregado monetário amplo M3 cresceu 4,1 por cento ao ano em dezembro, mais lento do que o aumento de 4,8 por cento em outubro, mostraram os dados do BCE. Prevê-se que o crescimento do M3 diminua para 4,6 por cento. Nos três meses até dezembro, o crescimento do M3 foi em média de 4,7%. A medida estreita M1, que inclui moeda em circulação e depósitos overnight, registrou um crescimento anual de 0,6 por cento, muito mais lento do que o aumento de 2,4 por cento em novembro.